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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Intervenção urbana

Sábado. São Paulo. Duas horas da tarde. Enquanto você tranquilamente caminha pela calçada, alguém salta um muro e se arremessa em sua direção, você assustado desvia, a pessoa passa e salta novamente, agora sobre uma caçamba de entulho com uma leve ajuda de umadas mãos. Você observa, ele segue incessante na direção do viaduto eescala a pilastra de proteção. Você então percebe o que o estranho pretende e tenta correr em sua direção, mas é tarde. Ele pula. Você grita. Corre ao viaduto em desespero, apenas para ver um vulto se deslocar velozmente pelo asfalto. Você sorri ao ver o traceur desaparecer atrás de outro muro.

Retirei este texto do blog de um amigo, o Rick, enquanto lia refletia sobre o que podemos chamar de liberdade em relação a nós mesmos, conclui que somos mais do que pessoas quando estamos rasgando a cidade com nossos pés e mãos calejados, somos verdadeiro elementos de uma constante intervenção urbana, conseguimos modificar a atmosfera a nossa volta, transformar o espaço, e até me arrisco a dizer que conseguimos CRIAR o espaço (algumas vezes literalmente) as pessoas ao nosso redor se assustam se sentem intimidadas de alguma forma ou até mesmo ofendidas, mas na verdade no fundo cada um deles recupera dentro de sí mesmo a origem da liberdade, do ir e vir sem a prisão urbana e cotidiana que o dia-a-dia e as obrigações nos impõem. Somos uma faca de dois gumes, quebramos o confortável marasmo da rotina monótona da grande metrópoles e ao mesmo tempo injetamos adrenalina na artérias daqueles que nos cercam mesmo sem colocá-los em condições em que ela seja necessária, nos fazemos com que as pessoas saião de sua zona de conforto e segurança e isso as incomoda, mas nós também as lembramos de que estão vivas, e de que são livres. Como na época dos senhores feudais existia a lei e a ordem garantida por aqueles que eram mais fortes, e existia a liberdade e sensação da vida fluindo que também era cultivada por esses mesmo guerreiros poderosos, assim temos de ser! Fortes o suficiente para saber quando devemos parar e livres o suficiente para decidirmos quando devemos continuar!

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